sábado, 6 de dezembro de 2008
domingo, 30 de novembro de 2008
Vai lá
Te penso em sussurros
murmúrios
lamentos.
Apenas te encanto
quando me sobressai
como o sol, infinita branquidão
que em nada pensa
Mas que em tudo sente.
terça-feira, 4 de novembro de 2008
Tonalidades
percebi a contradição
De uma palavra tatuada
mil outros interpretarão.
domingo, 26 de outubro de 2008
Anuviar
Pelas veredas da salvação
De conseguir cruzar o portão
Pro céu me arrumiar
Sem desvio de enganar
Pra secar todo esse calor
Que fez da gente esse fergor
Dos emperento de lá
Pra um dia, um dia pode imaginá
Um ensolraiá de amor.
quinta-feira, 31 de julho de 2008
quarta-feira, 16 de julho de 2008
Sóis de tangerina
Vou seguindo o trilho até chegar aos imensos tangeirais. De lá consigo ver toda a cidade sem a sua trilha sonora de buzinas, bondes e bundas se espremendo nos bancos.
Exatamente as 18:30 não consigo mais destingir os sóis das tangerinas. O perfume do pôr do sol se entrelaça com a luz alaranjada que emerge das frutas.
Depois que o sol se vai e os lampiões tentam imitar os vaga-lumes, o laranja da lugar ao amarelo pus.
domingo, 15 de junho de 2008
Essência?
:Meu fato, com um erre e um dê, passando a perna no te, exatamente assim, de lá pra cá. Me dói as costas. Ele é só meu... Quis imitar sim... E continuo... ontinuo... ntinuo... tinuo... inuo... nuo... nu...
domingo, 4 de maio de 2008
Epifanias cotidianas.
Foi a terceira vez no dia que Edgar me perguntou se estava tudo bem. Bem, tudo nunca está, mas para abreviar uma longa discussão respondi que sim.
Depois de ter escovado todos os dentes, desde os mais pertos da goela até os da janela, passado o café e acendido o primeiro cigarro do dia, pude o perceber desconcertado com o próprio corpo, tinha esquecido como sincronizá-lo.
Observava tudo pelo espelho, evitando um confronto. Coçou a cabeça quatro vezes antes de começar a batucar na mesa de centro. Ele alternava entre suspiros breves e olhares fixos na janela.
Refugie-me no banheiro, tinha o chuveiro como alienador. Breve ópio de água quente que transcorria a alma. De volta ao real, de volta ao quarto.
Lá de dentro comecei a ouvir Edgar e seu contrabaixo. Ele o aconselhava, falava em tom grave, conseguia aliviar os suspiros. Fiquei inerte na cama e nesse momento os sons externos autofagiaram. O mundo só ouvia Edgar. Nunca o senti tão aflito, sua conversa parecia uma prece.
Abriu a porta do quarto. Queria falar que me amava.